Quem não gosta de Rock, que atire a primeira pedra.

O XaTa – Projecto de Poesia Teatral, surge em 2008. O princípio foi fazer um espectáculo itinerante, em que a poesia fosse o mote, mas também a sabedoria popular, os trava-línguas e provérbios, resultando assim, não num recital convencional de poesia, mas antes numa mostra poética intensa e cheia de sentido de humor, onde todos os espectáculos são diferentes, seja pelos temas ou pelo alinhamento. Tem participado em vários festivais de poesia, festivais de rua, teatros e casas da cultura, escolas, bares entre outros sítios espalhados pelo país. Para este evento, o XaTa – Projecto de Poesia Teatral, propõe um espectáculo provocatório, desconcertante dedicado à música e à Cidade de Guimarães.

30 de janeiro de 1969 foi um dia histórico para o Rock and Roll. Os Beatles superaram-se naquele dia, pois subiram ao telhado de um prédio em Londres e começaram a tocar as suas músicas. Para evocar este dia mítico, em que as pessoas pararam para ouvir os Beatles, preparamos um concerto no terraço do Cineclube de Guimarães, com um grupo igualmente mítico para a música vimaranense e nacional. Em 1963, num ambiente musical ainda fortemente influenciado pelos Shadows, com o entusiasmo e o suporte de Silvino Pedrosa, é criado um conjunto fundamentalmente de música instrumental, que se chamaria “Os Dallas”, que integrava Silvino Pedrosa, Augusto Amaral, Alberto, Luis e Miguel Couto.
Em 1964, ao conjunto lançado no ano anterior, junta-se o vocalista José Luis Freitas, alargando-se a atividade musical à atuação em bailes.
Em 1965, num panorama musical já fortemente influenciado pelos “Beatles”, é lançada uma nova formação, que se apresenta pela primeira vez no Cine-Parque de Vizela, tocando nos intervalos do filme “O Homem do Rio”, com Jean-Paul Belmondo, como, então, era moda, sobretudo no “Monumental” de Lisboa. Em 1966, o conjunto volta a alterar a formação e passa a designar-se “Kings”, começando a tocar, pela primeira vez fora da região, no baile dos finalistas do liceu de bragança, alternando com o mais famoso conjunto português da época, o “Quinteto Académico”.
De 1967 a 1972, participaram em inúmeros espetáculos e bailes, tendo ganho, em 1969, o prémio de melhor conjunto do Minho, no Teatro Jordão, em Guimarães, com honras de reportagem televisiva. Vários motivos levaram à sua desagregação, tendo dado o seu último concerto em fevereiro de 1972, em Santo Tirso. A banda, na sua formação atual, voltou a reunir-se há alguns anos, gravou um cd e, desde então, toca regularmente.

Pela primeira vez em Portugal, está documentada a história da contracultura do rock’n’roll nacional, desde o seu surgimento no fim da década de 50, até aos nossos dias. Na década de 60, inspirados por bandas como os Shadows, Bill Haley ou os Beatles, cerca de 3000 conjuntos de norte a sul de um país sob a alçada de Oliveira Salazar, abalaram as editoras inconscientes deste som emergente. Um impulso de espírito ousado que percorreu o psicadelismo dos Jets, o punk dos Aqui D’el Rock, e se estabeleceu em pontos nevrálgicos como Braga, Coimbra ou Barreiro. Um pedaço da história de Portugal que tende a ser ocultado, sobrevive através do selo independente da Ama Romanta, da Bee Keeper, da Lux ou da Groovie Records, e tem neste documentário de Eduardo Morais, a sua merecida celebração.

Colectivo, marcado pela fixação pelo analógico, é fortemente influenciado pelo rock ‘n’ roll, dos anos 50, com raízes afro-americanas e batida blues Boogie-Woogie bem como pelo Doo-wop caracterizado por um backing vocal harmonioso e suave; pelo rhythm and blues, soul e funk da editora Motown de Detroit e Chess Records editora de Chicago (neste caso menos funk e mais blues e rock and roll). Se por um lado o eclétismo apolítico do yé-yé francês ou do movimento Jovem Guarda, na sua variação ié ié ié, marca presença com as letras românticas e descontraídas aliadas aos mais descomprometidos e dançáveis ritmos, por outro a influência hippie do festival Woodstock e do rock psicadélico, o krautrock germinado nas comunas alemãs, o maio de 68 e a contracultura do final dos anos 60 também são uma presença indelével na performance que o coletivo apresenta.

No CAR estará patente uma retrospectiva sobre a música em Guimarães com documentos que remontam ao primeiro baile Yé Yé na cidade. O Quiosque de Vinil promete invadir o CICP, com a onda rock, com uma selecção musical da época e uma pequena mostra de capas de discos vinil do Yé Yé português e internacional. Lojas e bares do Centro Histórico juntar-se-ão evocando este período da nossa história.